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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

O Estrangeiro - Albert Camus

Resenha: O Estrangeiro - Albert Camus   O romance "O Estrangeiro", de Albert Camus, retrata a atípica trajetória de Meursault, protagonista do livro. Amparado em filosofias e dilemas existencialistas, o autor desenvolve um personagem que é movido por experiências sensoriais e não por sentimentos valorizados e impostos pela sociedade. Ele condena todos os valores morais e vive uma vida baseada na verdade, sem qualquer mascaramento de seus sentimentos. A mãe do protagonista, que mora em um asilo, morre logo no início do livro. Ele vai enterrar a mãe, mas se mostra como um personagem entediado pela vida cotidiana e nem a morte de sua mãe parece lhe provocar emoções, tanto que no funeral ele não derrama uma lágrima. Depois desse evento, ele volta para sua vida normal: vendo a garota que gosta dele (será que ele gostava dela?), ouvindo um dos seus vizinhos xingar e espancar o cachorro sardento. Certo dia, convidado pelo vizinho, vai passar um dia na praia e acaba praticando um hom

As Intermitências da Morte - José Saramago

As Intermitências da Morte Autor - José Saramago Resenha: Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico, logo se revela um grave problema. Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. A primeira parte do livro traz o universo da suspensão das atividades da morte (morte com letra minúscula, como ela mesmo fará questão de ser tratada). A bagunça daquele país que se vê à beira do colapso geral porque ninguém morre é um delicioso convite a pertinentes questionamentos contemporâneos. A falência das empresas funerárias e das seguradoras, o desespero da Igreja pela extinção das ressurreições, o surgimento de um poder paralelo criminoso, a impotência d

Trilogia "O Povo do Ar" - Holly Black

O Povo do Ar é uma trilogia de fantasia young adult escrita pela norte-americana Holly Black. A série segue Jude Duarte, uma garota mortal que se envolve em intrigas palacianas enquanto tenta ganhar um lugar na traiçoeira Alta Corte, onde ela e suas irmãs viveram por uma década. Eu esperava bem mais da série. A trama tem um enredo interessante mas é muito mal elaborada. Os personagens principais são uma combinação dos personagens da autora Sarah J. Maas. Jude, uma mistura de Aelin e Feyre e Cardan, uma mistura de Dorian e Chaol, mas com um lado perverso. No primeiro livro, "O Princípe Cruel", a trama parece bem juvenil, com adolescentes sendo adolescentes: aquelas brincadeiras bem sem noção, com humilhações públicas bem grotescas. Não há uma descrição clara dos personagens , que é uma mistura de contos de fadas e mitologia. Há uma quantidade de informações irrelevantes e falta informações importantes para a história, como por exemplo uma descrição sobre os reinos, por quê são

1808 - Laurentino Gomes

  O livro conta à história de D. João VI, que sendo ameaçado pelas invasões de Napoleão Bonaparte, por não ter cumprido o Bloqueio Continental com a Inglaterra, foge para a sua maior colônia na época, o Brasil, para onde a Família Real transferiu a sede do governo Português. Em 1 807, Napoleão Bonaparte era o senhor absoluto da Europa. Seus exércitos tinham destronado reis e rainhas do continente europeu, numa sucessão de vitórias brilhantes e surpreendentes. Só não haviam conseguido dominar a Inglaterra. Napoleão resolveu tentar a Guerra Econômica, decretando o bloqueio continental, uma medida que previa o fechamento dos portos dos Estados Europeus aos produtos britânicos. Suas ordens foram obedecidas por todos os países, exceto Portugal. D.  João VI, rei de Portugal tinha duas opções a escolher: a primeira era ceder às pressões de Napoleão e aderir ao bloqueio continental; a segunda, aceitar a oferta dos ingleses e embarcar juntamente com sua corte para o Brasil. Caso aderisse à prop