Uma das marcas de um bom livro é que ele te deixa triste no final. Triste porque, ao terminar o livro, você deve deixar para trás o mundo contido nele. “Corte de Asas e Ruína” teve esse efeito em mim. Enquanto lia, consegui escapar da realidade e viajar para Prythian, onde percorri a jornada de Feyre e seus amigos enquanto eles trabalhavam para salvar a terra mágica que eu tanto amava.
Da mesma forma que os dois livros anteriores, este tem um enredo rápido e cheio de ação, repleto de intrigas, reviravoltas e romance. Algo está sempre acontecendo ou se preparando para acontecer e, justamente quando você pensa que já descobriu como tudo vai se desenrolar, algum imprevisto ocorre e refuta todas as suas previsões. Além do mais, os capítulos muitas vezes terminam em um suspense, o que além de fazer você ir para a cama talvez mais tarde do que pretendia, contribui para o ritmo acelerado do livro.
Além de seu enredo bem construído, ele é divertido por sua ênfase na expansão mundial. Enquanto os dois primeiros foram limitados às Cortes Primaveril, Estival e Noturna, este abrange todas as Cortes e seus Grão-Senhores (Primaveril - Tamlin, Estival - Tarquin, Outonal – Bero, Invernal - Kallias, Diurna - Helion, Crepuscular - Thesan e Noturna – Rysand e Feyre), as tensões entre as Cortes e as personalidades de seus governantes e auxiliares e, além disso, conhecemos um pouco mais das irmãs de Feyre: Nestha e Elain (eu ainda não gosto da Elain)
Não podemos esquecer os múltiplos romances: além do nosso casal favorito, Feyre e Rhysand, há um romance entre Nestha e Cassian. Há também a sugestão de um potencial triângulo amoroso entre Elain, Lucien e Azriel (não posso admitir Elain e Azriel, simplesmente não pode acontecer).
A narrativa do livro é em primeira pessoa, ou seja, a história é contada da perspectiva de Feyre, o que tem o efeito de fazer você se sentir como se fosse você quem vivencia os eventos. Esta narrativa em primeira pessoa também cria uma sensação de desconhecido: o nosso conhecimento do que está por vir é limitado ao que Feyre sabe. Além disso, neste livro toda a extensão da conexão entre os livros se torna aparente, à medida que você aprende que certos eventos foram prenunciados nos livros anteriores. Este último ponto ilustra a mestria de Maas: sem que percebêssemos, ela deixou um rasto de migalhas que nos guiava até o desfecho de certos acontecimentos.
O que não foi bom neste livro? Tinha que acabar.
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