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Vidas Secas - Graciliano Ramos

 


O meu maior trauma escolar foi ter sido obrigada a ler, meio às pressas e sob pressão, “Vidas Secas“ de Graciliano Ramos, aos 14 anos de idade. Tudo bem que o trauma foi consequência de meus atos, mas mesmo assim, foi traumático.

Conclusão: sempre detestei este livro e nunca mais consegui lê-lo. Agora, com o coração aberto, resolvi dar mais uma chance à obra.

Neste romance, acompanhamos a vida de uma família de retirantes: Fabiano (o pai), Sinhá Vitória (esposa), dois filhos (o mais novo e o mais velho) e a cachorra Baleia. Todos estão enfrentando a seca no Nordeste e, no desenvolvimento da história, vamos conhecendo os personagens.

A obra tem um tom bastante reflexivo, o narrador em primeira pessoa explora mais o monólogo interior dos personagens, expondo completamente seus pensamentos e desejos. Entretanto, apesar da maior ênfase aos conflitos e percepções internas dos protagonistas, o autor não deixa de construir muito bem o exterior que o cerca.

Voltado às questões sociais e culturais do período, o livro segue a linha crítica e denuncia os problemas da sociedade, principalmente sobre o sertão do Nordeste, retratando o momento em que famílias precisavam atravessar o sertão nordestino devido à falta de recursos e políticas públicas para atender à necessidade desse povo.

Vidas secas não se tornou um dos meus livros favoritos, mas é impossível não reconhecer seu enorme valor literário. Então, quem apreciar um clássico, eis uma boa sugestão de leitura.

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