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Trilogia - Princesa das Cinzas - Laura Sebastian

 Vamos lá para a trilogia da autora Laura Sebastian.

Num estilo de fantasia um pouco mais sombrio, a autora nos traz um cenário distópico, com guerras entre clãs, dominação de territórios e uma princesa que foi deposta de seu trono. Theodosia, princesa herdeira de Astrea, tinha 06 anos quando presenciou o assassinato de sua mãe e viu seu reino ser destruído por um exército bárbaro.

Agora, mantida em cativeiro no seu próprio palácio, num país em ruínas e governado pelo tirano Kaiser, a vida de Theodosia é uma sequência de episódios de humilhação e tortura, tendo como título “Princesa das Cinzas”, já que toda vez que o Kaiser quer humilhá-la na frente de seus súditos, coloca uma coroa de cinzas em sua cabeça.

Os livros são narrados em 1ª pessoa. Talvez se a narração estivesse na 3ª pessoa a obra seria mais atrativa, já que possibilitaria a leitura de outros pontos de vista e a tornaria muito mais rica.
A personagem principal é indecisa, teimosa, imatura, não tem voz e todos ficam dando opinião e ordens o tempo todo na sua vida, o que incomoda bastante, já que deveria, após 10 anos de escravidão, ser um pouco mais madura.

Eu não consegui me conectar o suficiente com Theodosia. Mas gostei muito dos personagens Soren (filho do Kaiser) e Blaise (amigo de infância da personagem principal). Outros personagens também são fortes e acabam salvando a história, como a Artemisia e Dragonsbane.

Mas o livro traz coisas bacanas: as personagens principais são todas mulheres (a princesa, a Rainha do fogo, a Dragonsbane, além da Cress, filha do kaiser, que vem a se tornar uma vilã muito poderosa, aliás, com poderes sobrenaturais). Astrea (país de Theodosia) é matriarcal, não existindo reis, apenas rainhas, que não casam, mas que escolhem o pai de seus filhos. Os invasores são de cabelos louros e pele clara e não... não são heróis. O povo de Astrea tem pele morena, cabelos escuros e são escravizados. Alguma semelhança com a realidade?

Outro ponto alto do livro é a preocupação da autora em inserir representatividade na trama, como a comunidade LGBT+.

Mesmo não sendo uma grande fantasia, a leitura foi agradável. Um bom livro para novos leitores.

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