Uma das criaturas mais curiosas do folclore brasileiro também é uma das menos conhecidas pelo grande público. Diferente do Saci-Pererê, Mula Sem Cabeça, Curupira ou Boto-cor-de-rosa, a Comadre Fulozinha é mais popular no Nordeste do Brasil e atua como uma guardiã das florestas.
Fulozinha habita na Zona da Mata de
Pernambuco, — mas, por vezes, pode ser vista em regiões próximas. Destemida
protetora dos animais e da natureza, a entidade se assemelha com a Caipora,
porém fica furiosa quando confundida com a outra assombração das matas.
A versão mais conhecida da Comadre a descreve
como sendo uma criança, com longos cabelos pretos e uma tendência a travessuras
(algumas versões a reproduzem como uma mulher). Seus truques incluem trançar as
crinas de cavalos, abrir porteiras de fazendas e desorientar caçadores com seu
assobio potente.
O assobio, inclusive, é um de seus maiores poderes.
Enfático, ele é uma das características mais complexas da Fulozinha. Quem
estiver perdido na mata e, por acaso, ouvir o som da protetora deve ficar
atento. Se o barulho está perto, significa que ela está longe; se estiver
longe, a guardiã estará mais próxima do que imagina.
Entretanto, para quem entra na floresta com a
intenção de machucar os animais, sente a fúria da guardiã. Usando cipós como
chicote, ela inflige dor para ensinar uma lição aos que desrespeitam seu lar.
Quem quiser agradar a criatura deverá dar-lhe
presentes. Deixar um pote de mingau na entrada da mata é a principal atitude
para fazê-la se afeiçoar pela pessoa. Outros itens incluem mel, confeitos e
fumo — o que é usado para fazer com que ela desfaça os nós nas crinas dos
animais.
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